domingo, 4 de outubro de 2009

parte 4... dos embalos de sábado à noite à pulp fiction...

Agora sim, estava na flor da idade, o mundo era meu!!! - não sabia o que me esperava pela frente hahahahaha!!! Fora os conflitos com os pais, preocupação com que roupa ia para a boate, de quanto é que ia ser a facada, que ia dar no pai pra comprar roupa nova - porque não repetia, nunca, nem pensar numa coisa dessas; se ia ter sol para ir se queimar na praia, de biquíni de chita de florzinha - que a empregada da casa de Heloisa, a minha melhor amiga, fazia um monte pra agente e, ficávamos trocando - assim não se repetia e, as pessoas achavam que agente tinha vários; ía sempre nas férias à praia com Heloisa e Kátia, - dessa aí morria de ciúmes, Helô conheceu essa colega nova numa viagem que fez para o Rio – quanto à mim, eu nunca viajava, só ficava olhando os meus amigos e, a minha irmã mais velha, "a minha dindinha", Doutora Rosário, que já era médica de pele - já curou até um homem que já tinha perdido a orelha, ele tinha lepra e não sabia, foi ela quem descobriu - dizia com orgulho, o meu pai e, repetia sempre – todo mundo aqui ia estudar ou passear no Rio e, papai não deixava eu viajar, morria de vontade de ir para o Rio de Janeiro eu também, passar as férias e, o maximo que conseguia do meu pai, era ir ver os aviões no aeroporto, ou seja ficava à ver aviões; mas meu dia vai chegar, um dia eu vou! papai querendo ou não querendo , ah! se vou ... - vivia jurando e dizendo à mim mesmo. Heloisa "Rainha de gafieira " e eu "Rainha de discoteca", brincávamos entre nós; até então ela só tinha eu de melhor amiga, antes da tal viagem pro Rio. Ela tinha um namorado - dele, eu gostava e não tinha ciúmes era tipo como se ele fosse meu também, dá pra sacar? Ele morava no Caiçara - único prédio, que tinha aqui na ilha, pois São Luis, pra quem não sabe é uma das três capitais ilhas, pelo menos era assim, na minha época; Desde pequena, antes de conhecer o namorado da minha amiga, já achava ele, lindo, um verdadeiro pão!!! moreno dos olhos azuis, ele era encantador, um gato! via sempre ele, quando meu pai me levava pra trocar figurinha repetida, daqueles famosos álbuns que agente colecionava na época - que diga-se de passagem, uma vez que se completava, quando, se completava, não servia para nada; lá no prédio que ele morava, onde tinha uma banca de revistas; ele nunca me enxergou, só fomos nos conhecer mesmo, quando ele foi estudar, lá no "meu" colégio Batista, parece, que ele tinha sido comprado, para jogar basquete ; pois os colégios compravam, os atletas promissores e os que se sobressaíam, nos JEMS ( Jogos Estudantis Maranhense ) – Oh época boa! Eles me chamavam de filha e eu vivia segurando vela para os dois pombinhos apaixonados - lembro principalmente da mureta do John Kennedy Center, onde estudavámos Inglês e ficavámos namorando, ou melhor, eles namoravam e eu olhava- ficava feiz de verdade de poder assistir de tão perto o meu romance preferido, era como um filme, onde eu era a única espectadora, hahaha! Eu adorava esses dois, eles tinham uns três anos mais do que eu e, fiquei muito triste, quando esse romance acabou; ele numa das férias que ela tinha viajado, ficou com uma menina que acabou engravidando e, mesmo apaixonado pela minha amiga, acabou ficando com a outra e casando, bem novinho, que pena! Nunca esqueci uma coisa, que ele me disse na época - a carne é fraca! não entendi bulhufas, só sei que acabou o que era doce, e tudo por causa dessa tal carne, e ele perdeu o grande amor da vida dele. Acho que essa foi a minha primeira e grande decepção de amor, que vivi por tabela. Eu sempre fui muito platônica e preferia viver minhas histórias de amor na minha cabeça. Ficava ali sonhando acordada, idealizando como eles agiriam, o que diriam, como me beijariam? Sempre tinha um paquera para protagonizar o "meu filme", interpretando o papel de príncipe encantado. Não gostava muito de namorar, preferia como disse paquerar e sonhar...Mas de vez enquanto rolava alguma coisa, tipo um beijinho, mas era raro e sempre dava um jeito de fugir, preferindo ficar com os amores que não se concretizavam. Eu e minhas amigas, tínhamos códigos, para falar dos paqueras, para que ninguém descobrisse e no meu caso , para que eles mesmos, não soubessem do meu interesse por eles, e o quão eram importantes na minha história. E assim fui continuando à platonizar as minhas paixões encubadas. Porque era assim comigo, eu não sabia, só sabia que me achava diferente e esquisita das minhas amigas que já namoravam firme e eu, ficava ali à ver navio e avião, quase sempre de vela na mão. Mas continuava positivamente à pensar, um dia eu também......