quinta-feira, 1 de outubro de 2009

parte 3...dos embalos de sábado à noite à pulp fiction...

Depois daquele memorável e inesquecível concurso de dança do Casino Maranhense, que graças à Deus, felizmente não aconteceu. Eu comecei a tomar gosto pele dança de discoteca e fui me tornando uma expert, uma espécie de rainha, desse tipo de dança , que diga-se "en passant" que foi, o único tipo de dança que aprendi e me sobressai; e, até hoje 30 anos depois as pessoas ainda lembram das minhas diversas atuações, com os diversos parceiros, que tive na época; meu querido amigo do cabelo amarelo, foi só o primeiro. Depois, fui ficando famosa e todo mundo, queria dançar comigo, até Alexandre Black e Zé Maria, os grandes favoritos daquela noite. Depois veio Ernesto França e junto com ele, literalmente, chegamos ao topo, que culminou com o meu aniversário de 15 anos, na extinta e saudosa Zig - Zag, onde fomos consagrados os melhores dançarinos do gênero na época; embalados pela voz da grande diva Donna summer cantando, “Last danse”, deslizávamos na pista de dança valsando a valsa mais diferente de todas as valsas, vista até então: era a valsa dos meus 15 anos, a minha cara! - papai não gostou muito, mas teve de acabar engolindo, como muitas das minhas invenções fora dos padrões normais, das outras pessoas; sempre fui autêntica, especial e diferente, do que era tido como "certo", sempre fui “absoluta” - como minha mãe Yara dizia, como Stéfany cantou, como a Preta Gil disse, como o Tom Zé falou, como o Caetano proseou, como o Rimbaud poetizou, como o Buñuel filmou, como o Michael Jackson dançou, como o Al Pacino arrasou, como o Godard acossou, como o James Jean ousou, como o Garrincha driblou, como o Zidane goleou, como o Tarantino estrapolou, como a Marilyn ficou, como o Truffault criticou, como o Zeca Baleiro encantou, como Marcel Proust escreveu, como o Moises Chaves interpretou, como o Santa Cruz rimou, como o João compoz, como a Lúcia Santos cortou e, assim por diante... a lista é grande das pessoas que como eu, foram, são e, sempre serão, absolutamente, "absolutas"- e, foi assim nesse estado de total irreverência que eu e França, meu par, acontecemos, naquela pista de dança da Zig - Zag e, os amigos e familiares próximos, boquiabertos aplaudiram. Eu estava vestida com uma malha branca e uma saia preta de bolinhas brancas, totalmente inconforme comparando com as chamadas debutantes, que se vestiam com aqueles vestidos ridículos, cheios de rendas e babados nos seus bailes de 15 anos - roupas e festas cafonas, que só o circo do casamento na igreja de véu e grinalda, ganha. Acho que até o último momento da festa, meu pai ainda esperava, que eu dançasse a tradicional valsa - que ninguém nunca dança em outras circunstâncias, mas que é a norma nesse tipo de aniversário de 15 anos, que botaram nas cabeças e foi passando de geração em geração, que tem de ser assim, senão é assim não é; mas é claro que é, e realmente foi, "totalmente demais". Aquele momento foi único e inimitável, inigualável e indelével, não só para mim, mas para todos, que ali estavam presentes.

3 comentários:

  1. Foi uma pena eu não ter participado do teu aniversário de 15 anos, acho que estavamos brigada, só hoje lendo teu blog fiquei sabendo como foi a tua festa, por que até então eu não sabia como tinha sido.
    Vou continuar lendo toda vez que escrever,e lendo o que você escreu voltei ao passado e foi incrivel lembrar de tudo que vivemos quando adolescente. Foi incrivel mesmo! Beijos.
    Fulô

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  2. Adorei o "absoluta"! Minha mãe também falava isso na minha adolescência... rs.

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  3. uma pena realmente naõ ter estado na sua festa de 15 anos, mas foi realmente a sua cara....absoluta!

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